A Justiça concedeu uma liminar de despejo contra a WeWork a favor da ação movida pelo fundo imobiliário Rio Bravo Renda Corporativa (RCRB11) e os demais coproprietários do Girassol 555, na Vila Madalena, na cidade de São Paulo.
No dia 21 de agosto, a Exame INSIGHT noticiou, em primeira mão, que a Rio Bravo havia entrado com a ação devido à inadimplência.
A partir da publicação da decisão, a WeWork tem 15 dias para deixar o imóvel ou quitar suas dívidas — prazo, este, que já está correndo e se encerra em 24 de setembro, daqui uma semana.
A empresa de coworking está inadimplente com o pagamento de três aluguéis, que abrangem os meses de maio, junho e julho de 2024. Além da ação de despejo, a gestora também entrou com uma ação judicial para a cobrança dos aluguéis atrasados.
A decisão de ingressar com ambas as ações judiciais ocorreu após diversas tentativas sem evolução de negociação com a WeWork, através da Alvarez & Marsal, representante da empresa, informou a gestora.
De acordo com Anita Scal, sócia-diretora da Rio Bravo, a casa “buscou os melhores acordos para não prejudicar o cotista”. Entretanto, a proposta da WeWork, que incluía redução nos valores do aluguel, não foi aprovada pelo RCBRB11 e pelos demais co-proprietários.
O fundo detém 34,81% do imóvel, que tem uma taxa de ocupação de cerca de 80%. Para a sócia-diretora da Rio Bravo, apesar do impacto, o fundo está confiante na alta liquidez do imóvel, devido à região valorizada na capital paulista.
A WeWork foi notificada sobre a decisão e está ciente sobre o prazo de 15 dias, informou a Rio Bravo.
Ao menos 7 FIIs levaram calotes
Além da RCRB11, os calotes atingiram ao menos sete FIIs: Torre Almirante (ALM11), Vinci Offices (VINO11), Santander Renda de Aluguéis (SARE11), Torre Norte (TRNT11), Valora Renda Imobiliária (VGRI11) e Fundo de Investimento Imobiliário de Multi Renda Urbana (VVMR11).
Desses fundos, dois já receberam os aluguéis atrasados: VVMR11 e ALM11. Este último é proprietário de 40% do Torre Almirante, edifício de alto padrão no Centro do Rio de Janeiro com 36 andares, onde a companhia devia também três aluguéis.
Já dentre os que não obtiveram sucesso com um acordo, o VINO11 afirmou ter também conseguido uma liminar de despejo na Justiça.
E o impacto das inadimplências da WeWork não se limita aos fundos imobiliários — ela também deve a empresas e proprietários diretos.
A companhia HBR Realty informou que sua controlada SPE HBR1 protocolou, no dia 2 de setembro, uma ação de despejo contra a WeWork por falta de pagamento dos alugueis do empreendimento denominado HBR Corporate Faria Lima, pertencente à plataforma HBR 3A.
Além dela, a WeWork recebeu uma ordem de despejo do icônico edifício na Avenida Paulista, o Grande Ufficiale Evaristo Comolatti, em agosto, com uma dívida de R$ 4 milhões, também referente a aluguéis atrasados desde junho.
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