A empresa de mídia social do ex-presidente Donald Trump está em queda profunda com piora continua, eliminando uma grande parte de seu patrimônio líquido.
As ações da Trump Media & Technology Group (DJT) caíram na semana passada para seu nível mais baixo desde a fusão que levou a proprietária do Truth Social a abrir capital no segundo trimestre deste ano.
A Trump Media perdeu cerca de 74% de seu valor desde que atingiu o pico de US$ 66,22 (R$ 372,98) em 27 de março.
A venda massiva apagou uma quantidade significativa de riqueza dos investidores — incluindo Trump.
A participação dominante de Trump, de 114,75 milhões de ações, foi avaliada em US$ 6,2 bilhões (R$ 34,92) em 9 de maio. Agora, caiu para cerca de US$ 2 bilhões (R$ , uma queda acentuada que tirou Trump do Índice de Bilionários da Bloomberg, que lista as 500 pessoas mais ricas do mundo.
O colapso reforça as preocupações levantadas por especialistas que alertaram repetidamente que o preço de vários bilhões de dólares da Trump Media desafia a lógica. A empresa está perdendo dinheiro, gerar pouca receita e continuar sendo um jogador pequeno entre as redes sociais.
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“Se não fosse Trump, isso estaria sendo negociado a US$ 1 (R$ 5,63)”, disse Matthew Tuttle, CEO da Tuttle Capital Management, à CNN em entrevista por telefone.
Em abril, o bilionário Barry Diller disse à emissora CNBC que pessoas que compram ações da Trump Media são “tolos”. Em junho, o cofundador do LinkedIn, Reid Hoffman, disse à CNN que a empresa está avaliada de forma “absurdamente fora do normal”. Ambos são grandes doadores do Partido Democrata.
Além dos fundamentos fracos da Trump Media, analistas disseram que provavelmente há outros fatores por trás da queda no preço das ações da empresa.
Tuttle argumenta que o fato de a vice-presidente Kamala Harris estar empatada com Trump em algumas pesquisas é um grande catalisador.
De fato, a Trump Media perdeu cerca de metade de seu valor de mercado desde que o presidente Joe Biden desistiu da candidatura e endossou Harris em 21 de julho.
“Essa ação está totalmente vinculada à eleição de Trump”, disse Tuttle. “Se Trump vencer, isso pode se tornar uma empresa viável. Mas se ele perder, eu não sei como isso continua.”
A Trump Media não respondeu ao pedido de comentário da CNN.
É claro que a Trump Media ainda possui mais de US$ 300 milhões (R$ 1,68 bilhão) em caixa e equivalentes — poder financeiro que poderia ser usado para fazer aquisições e financiar suas operações.
E, embora a Trump Media tenha gerado apenas US$ 837 mil (R$ 4,71 bilhões) em receita no último trimestre, está construindo um negócio de streaming voltado para conservadores. Em agosto, a empresa lançou o Truth+, uma plataforma de streaming de TV nas versões iOS, Android e Web do Truth Social.
Outra nuvem pairando sobre a Trump Media é a iminente expiração do período de bloqueio que impede Trump e outros investidores de vender ações.
Essas restrições devem acabar em 20 de setembro, de acordo com documentos. Isso liberará investidores para venderem ações, se assim desejarem.
No entanto, especialistas disseram que seria muito difícil para Trump, o principal acionista da empresa, vender todas ou até mesmo a maioria de suas ações sem provocar uma queda no valor dos papéis.
É possível que a sorte da Trump Media no mercado de ações mude, especialmente com o debate entre o ex-presidente e Harris, nesta terça-feira (10).
Ainda assim, Tuttle alertou os investidores de varejo, mesmo os fãs de Trump, a serem cautelosos com essa ação e prestarem atenção ao fundamental.
“Eu sou um grande defensor de que você deve separar política e lucros”, disse ele. “Se você está segurando isso por apego, porque é fã de Trump, isso é simplesmente estúpido. Você investe para ganhar dinheiro.”
Este conteúdo foi originalmente publicado em Trump perdeu US$ 4 bilhões com o colapso do Truth Social no site CNN Brasil.
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