Síndrome de Elon Musk: conheça os erros que mais atrapalham a sua imagem pessoal – e a sua carreira

Por Renata Vegha, Estrategista de Carreira e Marca Pessoal e Fundadora da Farol RV

Você já parou para pensar em como anda a sua imagem? Que tipo de atributos de valor ela transmite: autoridade, credibilidade, competência, confiança… ou o oposto de tudo isso?

Um estudo da Universidade de Princeton indicou que, em média, as impressões sobre a aparência e o comportamento de alguém podem ser formadas em apenas 100 milissegundos.

Saber que o outro pode criar, automaticamente, uma percepção – boa ou ruim – a seu respeito, e em tão pouco tempo, te assusta ou te anima?

Para responder a essas perguntas, primeiramente, você precisa refletir se está dedicando tempo de qualidade à gestão estratégica de um ativo fundamental na vida social e profissional de qualquer pessoa: a marca pessoal.

Gostemos ou não, todos nós temos uma marca pessoal.

Ela é um conjunto de símbolos que transmite a imagem, presença e o posicionamento que deixamos no mundo; e influencia diretamente na forma como somos percebidos pelas pessoas ao nosso redor.

Linguagem, vestuário, gestos, gostos, olhares…todos esses códigos que expressamos ao longo da nossa vida, seja de forma consciente ou inconsciente, estão a todo momento comunicando ao outro sobre quem nós somos na nossa essência mais profunda – valores, propósito, visão de mundo…

A gestão da marca pessoal traz a chance de moldar a forma como você é percebido pelo seu público e pelo mercado, o que pode ser crucial para gerar eficiência na sua comunicação e no seu negócio.

Vem daí a importância de refletirmos se estamos de fato transmitindo a melhor impressão; se a imagem que os outros têm de nós é positiva, assertiva e coerente com a percepção que queremos transmitir.

Impacto negativo nos negócios

Tomemos como exemplo Elon Musk. O empreendedor sul-africano naturalizado americano é o grande assunto global. Até aí, tudo bem. O problema é que os sentimentos que a figura dele provoca em cada um de nós são os mais diversos e contraditórios possíveis.

De um lado, admiramos a verve visionária, o homem mais rico do mundo que construiu seu próprio império e as aspirações futuristas – carros elétricos, dominação espacial, chips cerebrais em humanos. No entanto, a imagem mais forte que temos dele na lembrança do nosso imaginário são as falas e as atitudes polêmicas, supostamente em defesa da liberdade de expressão, como ele alega.

A conduta exagerada e altamente provocativa preocupa executivos e acionistas de suas empresas, de acordo com reportagem deste ano do jornal The Wall Street Journal. Ao aparecer em um podcast fumando maconha, Musk derrubou as ações da Tesla em mais de 9% no mesmo dia – um caso exemplar do impacto de uma marca pessoal na carreira de um executivo.

Se a sua imagem pessoal está sofrendo da “Síndrome de Elon Musk”, passando sentimentos e percepções contraditórias ao seu público, certamente você está cometendo um ou mais dos erros a seguir.

Os 5 erros que podem impactar a marca pessoal

Para saber se a sua imagem te ajuda ou te atrapalha, veja os 5 principais equívocos que as pessoas cometem na hora de construir uma marca pessoal:

Negligenciar a autenticidade: A jornalista Mônica Salgado disse certa vez que: “o que você é tem muita força”. É verdade. O ponto de partida para a construção de uma boa marca pessoal é ser autêntico e assumir a própria personalidade. Portanto, seja você mesmo; evite se comparar com os outros e/ou querer imitar alguém que você não é. Além de soar “fake”, você estará desperdiçando a chance de se destacar pela diferenciação daquilo que só você detém.
Excesso de autopromoção: Já parou para reparar que Elon Musk é mais assunto na imprensa por causa de suas falas pessoais do que dos seus negócios bem-sucedidos? O excesso de autopromoção é um dos principais erros de quem quer construir uma marca pessoal de sucesso. Evite falar com alarde de si próprio o tempo todo; deixe que as suas conquistas e ações falem mais por você.
Querer opinar sobre tudo: De executivos a artistas, todos querem construir uma imagem pessoal que gere credibilidade e confiança. O problema é que, na ânsia de querer influenciar pessoas e ser formador de opinião, você pode cometer o erro de achar que deve falar sobre tudo. Evite opinar sobre temas que você não tem propriedade para falar e foque em construir percepção de autoridade com conteúdo que você domina.
Cometer exageros: Falar demais, vestir roupas inadequadas para com os seus objetivos, opiniões polêmicas: evite cometer exageros. Uma boa imagem pessoal é aquela que transmite harmonia e equilíbrio, tanto na linguagem verbal quanto na linguagem não-verbal. Assumir um comportamento “over” via de regra cria uma percepção negativa a seu respeito.
Deixe o ego de lado: Jamais perca de vista o objetivo maior e o propósito do que se deseja com a estratégia da sua marca pessoal. Deixe o ego de lado e foque apenas nas discussões e conteúdo que interessam para a sua carreira e a autoridade que quer construir. Atue com clareza e coerência a respeito de onde quer chegar e qual imagem quer passar.



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