No Planalto, Pacheco é visto como “antídoto” às críticas de Kassab

Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) interpretaram de duas formas as declarações do presidente do PSD, Gilberto Kassab, de que o petista perderia se as eleições ocorrem em janeiro de 2025 e não em 2026.

A primeira interpretação é que o PSD quer mais espaço no governo do que tem hoje e que não abrirá mão de candidaturas em estados em que tem alianças com o PT.

A legenda do Centrão conquistou o maior número de prefeitos em 2024 e quer crescer ainda mais no pleito do próximo ano.

Na Bahia, estado em que o partido de Kassab apoia a gestão do governador petista Jerônimo Rodrigues, duas vagas para o Senado estão em disputa em 2026 com três postulantes governistas.

O senador Angelo Coronel (PSD) quer ser candidato à reeleição. Entretanto, o senador Jaques Wagner (PT) também pode renovar o mandato e o ministro da Casa-Civil, Rui Costa, é apontado como outra alternativa. Otto Alencar, também do PSD, foi reeleito senador em 2022.

Apetite do PSD também na Esplanada dos Ministérios

No caso do Esplanada dos Ministérios, o PSD comanda o Ministério de Minas e Energia (MME), com Alexandre Silveira, o Ministério da Pesca, com o deputado André de Paula, e o Ministério da Agricultura, com Carlos Fávaro.

Lula pretendia ceder o Ministério de Ciência e Tecnologia ao PSD, já chefiado por Kassab nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer.

Entretanto, a legenda cobiça uma pasta com orçamento maior, como o Ministério do Turismo ou Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Outra possibilidade é Silveira deixar o MME e se realocado na Secretaria de Relações Institucionais.

Candidatura alternativa

A outra interpretação dos auxiliares de Lula é de que Kassab aproveitou a baixa popularidade de Lula nas pesquisas para se colocar como um dos principais articuladores na construção de uma candidatura alternativa.

Na útima segunda-feira, 27, pesquisa Genial/Quaest mostrou que a desaprovação do governo Lula superou a aprovação pela primeira vez. Com isso, o presidente da legenda apontou o governador do Paraná, Ratinho Júnior, como o nome da legenda para disputar as eleições presidenciais de 2026.

Pacheco é apontado como “antídoto” às críticas de Kassab

Após as declarações de Kassab, cresceu entre os auxiliares de Lula a pressão para que o presidente nomeie o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) como ministro. Os dois tem boa relação, segundo técnicos do Planalto.

Pacheco é apontado como um “antídoto” para as críticas venenosas do presidente do PSD.

Além de próximo de Kassab, Pacheco é parlamentar por Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país. Historicamente, o estado é decisivo nas eleições presidenciais. A capital, Belo Horizonte, é comandada por Fuad Noman, do PSD. E, no estado, a legenda tem o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, como presidente.

Pacheco é mais próximo de Lula do que Kassab, que atualmente é secretário de Governo de São Paulo, na gestão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Com um pé em um governo de direita e outro de esquerda, Kassab tem dado sinais trocados ao buscar mais espaço na Esplanada e manter influência na construção de uma candidatura oposicionista à Lula.

Com isso, os petistas apostam que Pacheco pode neutralizar, em alguma medida, o fogo-amigo de Kassab. O atual presidente do Senado é cotado para os ministérios da Justiça, de Minas e Energia, Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mas ainda não há definição sobre que pasta poderia comendar a partir de 2025.

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