O ritmo circadiano (ou “relógio biológico”) é a forma como o nosso organismo se adapta ao dia. Conforme a noite chega e a intensidade das luzes naturais diminui, é iniciado uma série de processos bioquímicos que garantem um bom descanso. Entretanto, esse sistema é bastante sensível e a luz noturna (de lâmpadas, televisores e outros aparelhos eletrônicos) o descontrola. De forma contínua, isso contribui para a disfunção metabólica e aumenta o risco de diabetes tipo 2, segundo estudo da Universidade Flinders, na Austrália.
Clique e siga o Canaltech no WhatsApp Cientistas encontram diferenças no ritmo circadiano a partir de idade e gênero
Para chegar a essa conclusão da relação entre o excesso de luz noturna e o diabetes, os pesquisadores australianos analisaram dados de saúde de mais de 84 mil britânicos, sem histórico prévio da doença, com idades entre 40 e 69 anos.
Esses voluntários usaram, durante uma semana, um sensor no pulso dominante, capaz de medir o tempo de exposição à luz durante o dia e o período noturno. Após estes testes, foram acompanhados por pelo menos 14 meses em relação ao diabetes tipo 2.
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“Observamos uma relação dose-dependente entre exposição à luz mais brilhante à noite (00:30 a 06:00) e o maior risco de diabetes tipo 2 subsequente”, afirmam os autores, em estudo recém-publicado na revista The Lancet Regional Health – Europe.
Luz noturna, ritmo circadiano e diabetes
“A interrupção do ritmo circadiano é fortemente associada ao desenvolvimento do diabetes tipo 2”, explicam os autores. Neste contexto, as luzes artificiais durante a noite atrapalham a configuração do “relógio” natural e alteram o “marcapasso” do ritmo, que é o núcleo supraquiasmático (SCN) do hipotálamo.
Ficar acordado até tarde exposto a fontes de luz artificial atrapalha o metabolismo (Imagem: Nubelson Fernandes/Unsplash)
“Este marcapasso central orquestra o tempo dos processos metabólicos necessários para a homeostase da glicose”, lembram os autores. Desregulado, a liberação de insulina é afetada e as taxas da glicose (açúcar) no sangue podem ficar mais elevadas do que deveriam, contribuindo com o surgimento do diabetes tipo 2. Esta é a principal hipótese para justificar a conexão entre as variáveis.
Exposição à luz impacta mais que sono
“O sono provavelmente desempenha um papel importante nas relações entre exposição à luz, interrupção do ciclo circadiano e risco de diabetes”, explicam os pesquisadores. Afinal, a interrupção do sono já é um fator de risco estabelecido para diabetes tipo 2.
No entanto, o recente estudo considerou a taxa de exposição à luz noturna como um fator de risco independente. “Em nossas análises, a exposição à luz noturna foi um preditor independente do risco de diabetes tipo 2 após o ajuste para a duração do sono”, reforça a equipe.
Não esqueça de fechar as cortinas
“Aconselhar as pessoas a evitar a luz noturna é uma recomendação simples e econômica que pode aliviar o fardo global da saúde do diabetes tipo 2”, pontuam os autores. Isso inclui fechar as cortinas do quarto ou usar um tampão de olhos. Outra opção é manter TVs e celulares desligados antes de ir dormir.
Embora a medida seja efetiva, o estudo australiano tem algumas limitações e mais estudos são necessários. Afinal, os cientistas não investigaram o fator da alimentação na pesquisa, o que tem um impacto importante para o diabetes tipo 2.
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