O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira, em visita ao Amazonas, que o seu governo irá criar uma Autoridade Climática para enfrentar as tragédias provocadas pelas mudanças climáticas.
A criação da nova estrutura era uma promessa de campanha assumida por Lula no momento da adesão de Marina Silva, atual ministra do Meio Ambiente, à sua candidatura em 2022.
Enfrentamento de riscos climáticos extremos
“Nosso foco precisa ser a adaptação e preparação para o enfrentamento desses fenômenos (riscos climáticos extremos). Para isso, vamos estabelecer uma autoridade climática e um comitê técnico-científico que dê suporte e articule a implementação das ações do governo federal”, disse o presidente, durante encontro com prefeitos para anúncio de medidas de combate à seca no estado.
Lula acrescentou que o “objetivo é estabelecer as condições para ampliar e acelerar as políticas públicas a partir de um plano nacional de enfrentamento aos riscos climáticos extremos“.
Autoridade Nacional para Mudanças Climáticas
Pela proposta apresentada na eleição, a Autoridade Nacional para Mudanças Climáticas teria como objetivo acompanhar as medidas tomadas pelo governo para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Após a vitória, a proposta foi deixada de lado, principalmente devido à restrição orçamentária.
Lula viajou ao Amazonas acompanhado dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Marina Silva (Meio Ambiente), José Múcio Monteiro (Defesa), Nísia Trindade (Saúde), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).
Críticas à gestão anterior
Durante o discurso, o presidente criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL), afirmando que o plano anterior para o meio ambiente “estava claro: era abrir a porteira para deixar o gado passar”. Lula ressaltou que “podemos criar gado sem destruir a floresta e o planeta”.
A Amazônia registra chuvas abaixo da média histórica desde julho. Nas últimas semanas, os focos de incêndio levaram cidades e territórios indígenas a serem tomados pela fumaça. Em 27 de agosto, foram registrados 1.516 focos de queimadas, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe): 39% no Pará, 29% no Amazonas, 12% no Acre, 10% em Rondônia e 8% no Mato Grosso.
Em julho, a Amazônia viveu o pior mês desde o início da série histórica de queimadas, em 1998. Além do desmatamento, o bioma enfrenta uma seca severa pelo segundo ano consecutivo.
Ao longo do dia, Lula e os ministros visitaram comunidades atingidas pela seca no interior do estado.
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