Os preços dos fretes rodoviários na região Sudeste tiveram um crescimento expressivo de 6,7% no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023.
Levantamento feito com exclusividade para a EXAME pela plataforma Frete.com, que reúne 900 mil caminhoneiros e 25 mil empresas, mostra que esse foi o maior aumento registrado entre todas as regiões brasileiras no período.
O crescimento está relacionado à alta demanda por transportes na região, que é economicamente a mais forte do país, diz à EXAME, Federico Vega, CEO da Frete.com.
“Quando a economia começa a melhorar, a primeira consequência é que não há caminhões suficientes para atender à demanda. Isso leva a um aumento nos preços, já que os concorrentes começam a oferecer mais para os caminhoneiros”, diz Vega.
No primeiro semestre de 2023 o preço médio do frete no agro era de R$ 6,20 por quilômetro rodado. No mesmo período deste ano, o valor subiu 4,7%, para R$ 6,49. De acordo com o CEO, os dados mostram uma clara tendência de crescimento de preços para os próximos meses.
“Apenas nos meses de julho e agosto de 2024, os preços dos fretes agro subiram de R$ 6,62 para R$ 6,71 reais por quilômetro, respectivamente, indicando que a demanda por transporte agrícola continuará forte”, afirma.
“Nos próximos seis meses, à medida que a demanda por soja e milho aumenta, podemos esperar uma elevação nos preços, já que haverá poucos caminhões disponíveis para atender a essa demanda.”
Margem do produtor safra 2024/25
A elevação dos preços dos fretes pode pressionar ainda mais a já apertada margem do produtor, que vem sendo comprimida desde a safra 2022/23, quando problemas climáticos afetaram as produções agrícolas.
Para Haroldo Torres, economista e sócio-diretor da consultoria PECEGE, o cenário da temporada 2024/25 pode forçar o agricultor a vender em momentos desfavoráveis para mitigar os custos logísticos.
“Isso torna a operação mais dependente de uma infraestrutura eficiente e de políticas públicas que evitem gargalos e prejudiquem a viabilidade econômica”, diz. O alerta vale especialmente para culturas de alto volume de transporte, como soja e milho.
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