“O problema do burnout não é o trabalho, é o assédio no trabalho”, diz Izabella Camargo

No mês dedicado à conscientização sobre saúde mental, a jornalista Izabella Camargo, que ajudou a popularizar a doença burnout no Brasil, se juntou a um time de especialistas para gravar uma trilha de cursos gratuitos para ajudar líderes de RH a interromper ciclos de assédios e violências que levam ao estresse e sobrecarga.

No evento de lançamento do projeto, realizado em parceria com a Exame e a Conexa Zenklub, a jornalista destacou o letramento da liderança como a principal ferramenta desse combate. 

“O espaço de fala e a naturalização do tema favorecem a prevenção e evitam casos emergenciais, como o burnout. Se o RH e a liderança, que são os agentes transformadores de uma organização, não têm esse letramento em saúde mental, não há solução”, disse a jornalista .   

Para ter acesso aos cursos gratuitos, clique aqui.

Burnout no Brasil

O Brasil é o segundo país com mais casos de burnout no mudo, com cerca de 30% dos trabalhadores diagnosticados com esgotamento físico e mental associado ao trabalho, ficando atrás apenas do Japão, que lidera com um índice de 70%.

Os dados do International Stress Management Association (ISMA) mostram a magnitude do problema e a importância de medidas preventivas e educacionais para que as organizações possam identificar sinais precoces e lidar de maneira empática, ética e responsável com essas demandas.

O papel do RH na cultura anti-burnout 

Rui Brandão, médico e co-fundador do Zenklub, destacou que o foco do treinamento oferecido nos cursos é ampliar ferramentas, investimentos e estratégias para promover saúde e bem-estar no ambiente de trabalho. 

“O RH é a primeira área de apoio nas demandas de saúde mental, mas também precisa assumir responsabilidades. Invistam em dados, mostrem como diversas taxas negativas, como turnover e baixa produtividade, estão ligadas a esse tema, levantem essa bandeira o ano inteiro para transformar a cultura e fazer mais pela vida” , disse Rui Brandão – co-fundador do Zenklub.

Rui Brandão, médico e co-fundador do Zenklub

De acordo com o Ministério da Saúde, a melhor maneira de prevenir o Burnout, é criar  estratégias para diminuir o estresse e a pressão no trabalho. Algumas dessas práticas incluem:

10 estratégias práticas para promover a saúde mental no trabalho

Letramento sobre o tema 
Engajamento em Cultura 
Pesquisas de clima frequente 
Acompanhamento próximo
Direito à desconexão
Flexibilidade
Tolerância ao erro 
Entrevistas de desligamento 
Design organizacional
Benefícios de saúde e bem-estar

Izabella Camargo  ressaltou a importância de redesenhar o ambiente de trabalho para aliviar alguns colaboradores e tornar outros mais úteis.

que pesquisar a  importância de redesenhar o ambiente de trabalho para aliviar a pressão sobre os colaboradores:“Pesquisar a origem do problema e depois apoiar líderes em um design organizacional pode descarregue algumas pessoas e torne outras mais úteis, para  ajudar líderes a a priorizarem atividades e cuidarem de pessoas, disse Izabella

“Precisamos sempre pesquisar a origem do problema e apoiar líderes na priorização de atividades, no cuidado e na conexão com as pessoas”, complementou Izabella.

6 tipos de assédio que favorecem o burnout

O burnout pode ser favorecido por diversos tipos de assédio no ambiente corporativo, que contribuem para um clima de estresse crônico e esgotamento emocional. Entre os principais tipos, destacam-se:

Assédio Moral: É caracterizado por humilhações, intimidações e críticas constantes. Isso pode minar a autoestima do colaborador e gerar um estado contínuo de estresse. Exemplo: cobrar resultados de forma abusiva, publicamente humilhar um funcionário ou isolar socialmente um membro da equipe.
Assédio Psicológico: Envolve manipulação e pressão emocional, causando um impacto profundo na saúde mental dos colaboradores. Comportamentos como depreciação contínua, controle excessivo e chantagem emocional podem criar um ambiente altamente tóxico.
Assédio Organizacional: Refere-se a políticas ou práticas institucionais que promovem sobrecarga de trabalho, metas inatingíveis ou prazos impossíveis. Isso pode levar ao esgotamento, especialmente quando os colaboradores não recebem o suporte necessário para lidar com as demandas.
Assédio Vertical: Ocorre quando há um abuso de poder hierárquico, em que gestores ou superiores usam sua posição para oprimir subordinados. A cobrança excessiva, controle rigoroso e a imposição de tarefas sem respeito às limitações humanas aumentam o risco de burnout.
Assédio Sexual: Esse tipo de assédio pode criar um desgaste emocional insuportável, ansiedade e depressão,
Assédio Institucional ou Sistêmico: Situações onde a cultura da empresa normaliza práticas abusivas, como jornadas excessivas, ausência de limites entre vida pessoal e profissional, metas desumanas, e a falta de apoio para o equilíbrio emocional dos colaboradores.

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