Após sucesso de ‘Ainda Estou Aqui’, Lula cria Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o evento que marcou os dois anos dos ataques golpistas de 8 de Janeiro para assinar o decreto que cria o Prêmio Eunice Paiva de Defesa da Democracia. A iniciativa homenageará pessoas com notável contribuição para a preservação, restauração ou consolidação da democracia no Brasil.

A ação ocorre durante a campanha do filme “Ainda Estou Aqui”, baseado na vida de Eunice Paiva, advogada ativista da causa indígena e das famílias dos desaparecidos na ditadura, que disputa uma indicação ao Oscar 2025.

Eunice dedicou sua vida a buscar o paradeiro do marido, Rubens Paiva, ex-deputado morto sob tortura durante o regime militar.

Memória e resistência: Eunice Paiva como símbolo

Segundo o Planalto, o prêmio também tem o objetivo de evocar a memória da luta de Eunice pela resistência democrática e pelos direitos humanos. A premiação será concedida anualmente pelo Observatório da Democracia da Advocacia-Geral da União.

Além de destacar as trajetórias dos vencedores, a cerimônia reforça a importância do legado de Eunice em um momento de desafios à democracia no Brasil.

Superando a polarização com arte

Durante um evento internacional de divulgação do filme, a atriz Fernanda Torres e o diretor Walter Salles destacaram que o boicote de setores da direita ao longa “não funcionou”. Torres, vencedora do Globo de Ouro, afirmou que o filme tem potencial para ajudar o país a superar a polarização política recente.

“Eles (representantes da direita) foram ver o filme e choraram (…) O filme não é sobre os revolucionários, a esquerda, a guerrilha contra a ditadura. É sobre uma família, o que todos podem se relacionar”, disse Torres na segunda-feira.

A vitória da atriz foi celebrada até mesmo por governadores de direita, como Ratinho Júnior, do Paraná, e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro.

Críticas de Mario Frias

Por outro lado, o ex-secretário de Cultura e atual deputado federal Mario Frias (PL-SP) criticou a repercussão da premiação. Frias afirmou, em sua conta no X, que o filme “visa distrair o imaginário popular com os perigos de uma ditadura inexistente” e que “essas premiações não representam absolutamente nada para a nação, que clama por liberdade, dignidade e prosperidade”.

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